quarta-feira, 8 de julho de 2009

O cliente

Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e pacientemente espera, enquanto o garçom faz tudo, menos o meu pedido.
Eu sou o homem que vai a uma loja e espera calado, enquanto os vendedores terminam suas conversas particulares.
Eu sou o homem que entra num posto de gasolina e nunca toca a buzina, mas espera pacientemente que o empregado termine a leitura do seu jornal.
Eu sou o homem que explica sua desesperada e imediata necessidade de uma peça, mas não reclama quando a recebe após três semanas somente.

Eu sou o homem que, quando entra num estabelecimento comercial, parece estar pedindo um favor, ansiando por um sorriso ou esperando apenas ser notado.
Eu sou o homem que entra num banco e aguarda tranqüilamente que as recepcionistas e os caixas terminem de conversar com seus amigos e espera pacientemente enquanto os funcionários trocam idéias entre si, ou simplesmente baixam a cabeça e fingem não me ver. Você deve estar pensando que sou uma pessoa quieta, paciente, do tipo que nunca cria problemas. Engana-se…
Sabe quem eu sou?
Eu sou o cliente que nunca mais volta!
Divirto-me vendo milhões sendo gastos todos os anos em anúncios de toda ordem, para levar-me de novo à sua empresa. Quando fui lá, pela primeira vez, tudo o que deviam ter feito era apenas a pequena gentileza, tão barata, de me enviar um pouco mais de “CORTESIA”.
“Clientes podem demitir todos de uma empresa, do alto executivo para baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em algum outro lugar.”

Sam Walton
Fundador da Wal-Mart, a maior cadeia de varejo do mundo.

domingo, 5 de julho de 2009

Assisti e como não poderia deixar de ser, imperdível

Antologia Pessoal encerrou homenagem da Flip (Feira Literária Internacional
de Paraty) a Manoel Bandeira, minha mesa dos sonhos porque participaram Zuenir Ventura, Edson Nery da Fonseca com mediação de Humberto Werneck falando sobre meu poeta favorito que relembraram a convivência

Nery, organizador das obras de Bandeira declamou vários poemas de cor.
como "Evocação do Recife", "A última canção do beco" e "A arte de amar" —, que ele contou ter decorado de tanto ler. Só nunca decoraria mesmo o erótico "A cópula", que Ventura ganhou de Bandeira depois de uma tarde no apartamento "asséptico" do poeta, repleto de livros.

— Esse poema não é pornográfico, é um poema porco.
Não acredito que Manuel Bandeira tenha escrito aquilo — disse Fonseca.

Arte de Amar
Manuel Bandeira

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

***Eles tiveram sorte de conhecer Bandeira pessoalmente e eu com a sorte
de ter conhecido Zuenir Ventura, que ao passar por ele tentando fazer de
forma desapercebida, ele levantou-se do sofá em que estava sentando e veio me cumprimentar com aquela humildade que só os verdadeiros sábios possuem.
 
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