Sempre me condoí com as pessoas que sofrem.Mas pude deparar com uma coisa nova a respeito disso, quando fui trabalhar na Nossa Caixa, na Casa Verde,por volta de 1985/86.Trabalhava na compensação,saia de madrugada, pegava onibus no centro da cidade, quando por algum motivo não tinha carona.Nestes dias me deparava com uma realidade muito triste.
Era impossível pra mim, passar perto da agência central dos Correios e não me emocionar com a quantidade de crianças dormindo ali, na calçada, cobertas com papelões.
Pensava nos meus filhos, alimentados e aquecidos com cobertas no aconchego do meu lar.
Sempre e com o que eu podia, ajudava quem me procurava.Ajudei muito minha família, mas também as pessoas necessitadas.Desde alimentos e até emprego, pois meu marido era supervisor de uma empresa e quando eu pedia ele colocava a pessoa lá.
Quando mudei para São José dos Campos, unida a mais duas amigas, Joana e Isaura, distribuíamos sopa a noite, para os moradores de rua,mas como ficou perigoso, sairmos as três sózinhas e sabíamos tinham entidades que já faziam isso, resolvemos ir aos domingos de manhã, levar café, com leite ou puro e pão com frios.Até pessoas que não eram moradoras de rua, aproveitavam para tomar o nosso cafézinho, certa vez um frentista nos disse, que não tinha nada em casa e por isso não tinha tomado seu café da manhã.
Eu chegava em casa,bem leve, recebia muito mais do que dava.Num instante éramos reconhecidas, e os moradores de rua, atravessavam para vir nos cumprimentar. Percebíamos que muito mais do que o café, eles precisavam de um olhar, de uma atenção.Eu dava, batia papo, sentava do lado.Em um dia de Natal, conseguimos juntas donativos e fomos eu Joana e minha filha que na ultima hora resolveu ir junto, foi emocionante, sentarmos do lado deles e fazer o lanche.
A vida começou a tomar rumos diferentes e não conseguimos mais nos juntarmos para estas manhãs de domingo em que estávamos ali compartilhando sentimentos.Sempre que nos encontramos falamos sobre esta vontade de fazer isso, mas ainda não conseguimos.
É quando começa esfriar, que a vontade cresce, é quando pensamos nessas pessoas menos favorecidas e que precisam de agasalho, para a alma, principalmente.
Dia de amor fraterno que aquece os corações pra vocês !!!
Bjosssss
Clenyra
Um comentário:
Fazíamos isso como a turma da sopa em São Paulo, mas por necessidade de me ausentar deixei de ajudar.
Sinto falta dos amigos de rua, onde podia dar sem receber, mas um sorriso ou uma palavra valia mais muito mais do que eu oferecia.
Seje Paz
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